quarta-feira, 12 de agosto de 2009

UM VELÓRIO NO BRÁS

Olá meus amigos, quero agradecer a todos que estiveram por aqui.
Quero ver quem se lembra de um velório à italiana...
Claro que o momento era triste, mas não faltavam os lances pitorescos...
Ao descrever, posso usar palavras erradas, mas é só para imitar nossos conterrâneos.
Tentem imaginar , as 5 da matina, batem na porta gritando:
-Ê cumá... acorda todo mundo...A Mariú morreu.Ta mortinha mesmo...
Todo mundo levanta correndo uns de ceroula,outros de camisão,os cabelos em pé...
Abrindo a porta, pergunta-se :
-E aí o que foi que aconteceu?
Bem, foi um enfarto,de repente...
Obs.(programado não poderia ser...)
Estava instalada a confusão na rua...
Como num exército, porem de pessoas de boa vontade e grande coração,as tarefas eram divididas.
Preparar a sala para o velório,fazer o chá de erva sidreira ,preparar um imenso caldeirão de sopa para todos que passassem por ali,passar a roupa para vestir a finada,preparar a finada para a ultima viagem esperar a funerária para trazer a mesa,velas etc...
Enquanto isso, uma turma já tinha ido cuidar do enterro...
Chegava o rabecão.
A defunta, em cima da cama era lavada, perfumada, vestida com a roupa do ultimo casamento que havia ido.Meias de seda, mas o sapato que não entrava, ficasó na ponta do pé...
Com ajuda,muitas lágrimas era colocada no caixão .
Coberta com rosas, véu roxo,acende-se as velas.
Inicia-se o velório...
Cada um que chega, debruça-se ,chora e lembra a falta que ela fará.
Á noite, reza-se muito,e depois das 10 hs, os poucos que ficam, choram, dormem apoiados uns nos outros.A sopa rola solta, os sanduiche de mortadela,os leite com café.
Infelizmente, onde tem italiano tem comida.É a verdade...
De manhã, o padre vem encomendar o corpo...
E o enterro sai as 9 hs.
Gritos, choro e muito desespero.
-Era tan buona......
-Vai me faze farta pras criança...
-Inda onti falei com ela na fera...
-Agora o viuvo hein...
é moço, né e buniton...
vai ta cheio de urubu...
Na volta do enterro, mais brodo, banho e a casa se fecha para o luto.Todos vão descansar.
Essas pessoas simples, solidárias e companheiras, fizeram estória no Brás.No fundo todos eram um pouco da família.Era só chamar.
Obrigada amiccis.Baccio per tutti...

Um comentário:

  1. Oi dona Yvete. A senhora relata com muito humor uma realidade que traduz de como era a convivencia e a solidariedade das pessoas daquela época.Recordações de um Braz já esta na lista de meus favoritos.Continue escrevendo dona Yvete,volte a sua rotina pois ela servirá de lenetivo para ambas as partes.Que Deus te ilumine.Abraços

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