quinta-feira, 13 de agosto de 2009

NAMORO E CASAMENTO NO BRÁS

Oi gente, hoje vamos relembrar como era o namoro e o casamento no Brás.
Geralmente, a primeira a casar era a filha mais velha.
As meninas "casadoiras", ajudavam nas tarefas de casa,aprendiam a cozinhar, lavar,passar, fazer bolos, costurar e bordar.
Sob severa vigilância, não se sabe como, começavam a namorar.
Talvez na hora de ir à feira, comprar pão, o fato é que estavam namorando.
O pretendente tinha de ir "falar" com os responsáveis, para namorarem em casa,senão o falatório era certo.
Muitas famílias matriarcais, onde a mama, cuidava disso.
Era marcada a data, geralmente à noite, após o jantar, com a família reunida.
A noiva nervosa, enfeitava-se, e aguardava a chegada do futuro namorado.
-Bem, dizia a mama, frente ao rapaz nervoso e acanhado...Minhas filha foram tudo criada cum amor e carinho.Não são pra si jogar fora.Quais suas intenção cum a Maria Carmela?
-Bem, D.Ana, quero namorar, noivar e casar.Tenho uma barraca de frutas na feira de terça, e dá pra sustentar uma família.(Tremia muito,e ficava sem graça, perante aquela gente toda.)
-Tá bom, os namoro aqui são de terça,quinta e sabado.Das 8hs até as 10hs.Nos domingo, só dispois das 4. e termina as 8 hs. Tá bom assim?
-Sim senhora.
-Pra sair de casa só acompanhados de uma irmã,e vamo marca logo o noivado para daqui 6 meses.
Após os acertos finais, o casal ficava na sala, com a mama perto, fazendo tricô.Falavam baixinho, mas eram ouvidos.Seguiam-se pigarros, tosses, quando a hora chegava.
Acompanhados até a porta,voltariam a se ver na quinta a noite.
_Você me ouviu, né Carmela?Nada de abusar, bancando a oferecida.Se for pra casar eles qué mulher direita.Vamo começa a bordar o enxoval.
No noivado, grande festa,juntavam as 2 familias.
Uma grande aliança, de ouro,na mão direita e o casamento seria marcado.
Giovani aluga um sobradinho perto da casa da sogra,manda pintar e compram os móveis.
Ganham o fogão do padrinho dela, o dormitório dos padrinhos dele,mesa da cozinha da sogra, e muitos utensilios dos amigos.
A emoção do grande dia chegava, o farfalhar dos véus, vestido branco, igreja enfeitada.Já haviam casado no civil, 1 mes antes para poderem viajar com a certidão.A vigilancia era redobrada então.
Marcha Nupcial, cheiro de flor de laranjeira, e entrava a noiva pela nave da Igreja.
Todo mundo estava lá.O padre rezava, a mãe chorava, as crianças corriam , e as tias repreendiam os pequenos.
Chuva de arroz, e iam tirar fotos no fotógrafo, as famosas fotos de casal com cenário montado e sorriso de paisagem.
Chegavam na festa, onde os convidados esperam,e as crianças jogam pétalas de rosas nos noivos.
Muita música, alegria, dançam a valsa, cortam o bolo,joga o buquê e fogem para a lua de mel.
Assim começava mais uma família no Brás.Muitas ainda existem.O amor, o respeito,a cumplicidade eram a base de um bom casamento.Pena que hoje , isso é raro, mas ficaremos na esperança de que o amor prevaleça.
Um baccio per tutti


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