quinta-feira, 20 de agosto de 2009

CINE PIRATININGA OBRIGADA...


CINE PIRATININGA...
Você fez parte de nossas vidas.
Todos temos saudades das tardes de domingo, quando logo após o almoço,nos arrumavamos,e iamos para a matiné.
Enfrentavamos grandes filas,a sessão começava às 14 hs, com direito a 2 filmes.
Sr. Olavo era responsavel pela entrada, rasgava o bilhete,usava até uniforme...Elegante mesmo!
D. Mercedes ficava na bomboniere, vendendo delícias que não achamos mais hoje: Pipoca doce vermelha, com a menininha de tranças na embalagem.Drops Dulcora, embrulhados um a um, chicletes,variados,chocolates da Kibon,pipocas salgadas,balas de goma e hummmmmm por aí vai...Esperavamos o filme começar na entrada do cinema, saguão chique com poltronas.
Ao abrirem as portas de fechaduras douradas,via-se a sala de espetáculos com poltronas música ao fundo e um painel na tela com todas as propagandas de lojas, padarias,etc, mais parecendo um jornal de anúncios.
Tocava um som grave de sinos, as luzes se apagavam e o suspense começava.
Primeiro o jornal, em branco e pretocom resumo de noticias, trailers e por fim o filme...
Por ai passaram Mazzaropi, Jerry Lewis,Doris Day,Beatles,Roberto Carlos enfim muita gente boa.
Antes do segundo filme,havia um intervalo,para banheiro e mais doces.O lanterninha, vigiava tudo.
A sessão terminava as 18 horas mais ou menos e todos ia embora felizes,escorregando pelo piso da saída.Sr.Olavo ficava muito bravo..
-Puxa, pagamos por um filme e vimos 2...
-Na semana que vem estremos aqui de novo...
Hoje, como mostra, a foto, ele é só um estacionamento.Acabado, triste e guardando em suas paredes, nossos gritos de alegria e emoção.
Obrigada, amigo você mora em nossos corações.
Baccio per tutti
Yvete

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

NAMORO E CASAMENTO NO BRÁS

Oi gente, hoje vamos relembrar como era o namoro e o casamento no Brás.
Geralmente, a primeira a casar era a filha mais velha.
As meninas "casadoiras", ajudavam nas tarefas de casa,aprendiam a cozinhar, lavar,passar, fazer bolos, costurar e bordar.
Sob severa vigilância, não se sabe como, começavam a namorar.
Talvez na hora de ir à feira, comprar pão, o fato é que estavam namorando.
O pretendente tinha de ir "falar" com os responsáveis, para namorarem em casa,senão o falatório era certo.
Muitas famílias matriarcais, onde a mama, cuidava disso.
Era marcada a data, geralmente à noite, após o jantar, com a família reunida.
A noiva nervosa, enfeitava-se, e aguardava a chegada do futuro namorado.
-Bem, dizia a mama, frente ao rapaz nervoso e acanhado...Minhas filha foram tudo criada cum amor e carinho.Não são pra si jogar fora.Quais suas intenção cum a Maria Carmela?
-Bem, D.Ana, quero namorar, noivar e casar.Tenho uma barraca de frutas na feira de terça, e dá pra sustentar uma família.(Tremia muito,e ficava sem graça, perante aquela gente toda.)
-Tá bom, os namoro aqui são de terça,quinta e sabado.Das 8hs até as 10hs.Nos domingo, só dispois das 4. e termina as 8 hs. Tá bom assim?
-Sim senhora.
-Pra sair de casa só acompanhados de uma irmã,e vamo marca logo o noivado para daqui 6 meses.
Após os acertos finais, o casal ficava na sala, com a mama perto, fazendo tricô.Falavam baixinho, mas eram ouvidos.Seguiam-se pigarros, tosses, quando a hora chegava.
Acompanhados até a porta,voltariam a se ver na quinta a noite.
_Você me ouviu, né Carmela?Nada de abusar, bancando a oferecida.Se for pra casar eles qué mulher direita.Vamo começa a bordar o enxoval.
No noivado, grande festa,juntavam as 2 familias.
Uma grande aliança, de ouro,na mão direita e o casamento seria marcado.
Giovani aluga um sobradinho perto da casa da sogra,manda pintar e compram os móveis.
Ganham o fogão do padrinho dela, o dormitório dos padrinhos dele,mesa da cozinha da sogra, e muitos utensilios dos amigos.
A emoção do grande dia chegava, o farfalhar dos véus, vestido branco, igreja enfeitada.Já haviam casado no civil, 1 mes antes para poderem viajar com a certidão.A vigilancia era redobrada então.
Marcha Nupcial, cheiro de flor de laranjeira, e entrava a noiva pela nave da Igreja.
Todo mundo estava lá.O padre rezava, a mãe chorava, as crianças corriam , e as tias repreendiam os pequenos.
Chuva de arroz, e iam tirar fotos no fotógrafo, as famosas fotos de casal com cenário montado e sorriso de paisagem.
Chegavam na festa, onde os convidados esperam,e as crianças jogam pétalas de rosas nos noivos.
Muita música, alegria, dançam a valsa, cortam o bolo,joga o buquê e fogem para a lua de mel.
Assim começava mais uma família no Brás.Muitas ainda existem.O amor, o respeito,a cumplicidade eram a base de um bom casamento.Pena que hoje , isso é raro, mas ficaremos na esperança de que o amor prevaleça.
Um baccio per tutti


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

UM VELÓRIO NO BRÁS

Olá meus amigos, quero agradecer a todos que estiveram por aqui.
Quero ver quem se lembra de um velório à italiana...
Claro que o momento era triste, mas não faltavam os lances pitorescos...
Ao descrever, posso usar palavras erradas, mas é só para imitar nossos conterrâneos.
Tentem imaginar , as 5 da matina, batem na porta gritando:
-Ê cumá... acorda todo mundo...A Mariú morreu.Ta mortinha mesmo...
Todo mundo levanta correndo uns de ceroula,outros de camisão,os cabelos em pé...
Abrindo a porta, pergunta-se :
-E aí o que foi que aconteceu?
Bem, foi um enfarto,de repente...
Obs.(programado não poderia ser...)
Estava instalada a confusão na rua...
Como num exército, porem de pessoas de boa vontade e grande coração,as tarefas eram divididas.
Preparar a sala para o velório,fazer o chá de erva sidreira ,preparar um imenso caldeirão de sopa para todos que passassem por ali,passar a roupa para vestir a finada,preparar a finada para a ultima viagem esperar a funerária para trazer a mesa,velas etc...
Enquanto isso, uma turma já tinha ido cuidar do enterro...
Chegava o rabecão.
A defunta, em cima da cama era lavada, perfumada, vestida com a roupa do ultimo casamento que havia ido.Meias de seda, mas o sapato que não entrava, ficasó na ponta do pé...
Com ajuda,muitas lágrimas era colocada no caixão .
Coberta com rosas, véu roxo,acende-se as velas.
Inicia-se o velório...
Cada um que chega, debruça-se ,chora e lembra a falta que ela fará.
Á noite, reza-se muito,e depois das 10 hs, os poucos que ficam, choram, dormem apoiados uns nos outros.A sopa rola solta, os sanduiche de mortadela,os leite com café.
Infelizmente, onde tem italiano tem comida.É a verdade...
De manhã, o padre vem encomendar o corpo...
E o enterro sai as 9 hs.
Gritos, choro e muito desespero.
-Era tan buona......
-Vai me faze farta pras criança...
-Inda onti falei com ela na fera...
-Agora o viuvo hein...
é moço, né e buniton...
vai ta cheio de urubu...
Na volta do enterro, mais brodo, banho e a casa se fecha para o luto.Todos vão descansar.
Essas pessoas simples, solidárias e companheiras, fizeram estória no Brás.No fundo todos eram um pouco da família.Era só chamar.
Obrigada amiccis.Baccio per tutti...

sábado, 1 de agosto de 2009

Natal na casa de minha avó

Em dezembro o calor era forte.Chovia à tarde mas logo esquentava novamente.Década de 50, eramos3 primos, mas como irmãos.Nascemos todos em 1950.Meu primo em março, eu em junho e minha prima em julho.A expectativa era grande.As aulas já haviam terminado, estavamos em férias.Preparativos com compra de presentes para o Natal.Nosso tio Walter, solteiro, fazia questão de presentear todos.Principalmente a gente.Minha avó montava um grande presépio na sala, e uma grande arvore de Natal, que ia até o teto...Os presentes eram guardados em baixo da toalha do presépio, bem antes da data.

Minha avó ia até o Genarino, italiano vizinho que vendia azeitonas, oregano, castanhas, todos importados.

Iamos até o Totói, caminhãozinho que vendia frutas da época, na esquina da Campos Sales.

Minha tia limpava e perfumava a casa,e temperava as carnes e o pernil, que depois seria assado na padaria da Sebastiana...Era muito grande para o forno.

Eu e meus primos ficavamos horas tentando adivinhar os presentes.

-Será que teremos bonecas?

-E trenzinho elétrico?, bola?

Dia 24-12- anoitecia, e o cheiro das gulodices invadia a casa.

Serviam bolinhos, fogazzas para passar o tempo e matar a fome.

Só a meia noite chegaria o Papai Noel. Cochilavamos no sofá, os adultos jogavam tômbola, e quando menos se esperava, tocava a campainha e um sininho.

Não sei porque nesse momento, a Tia Clarinha,sumia...

Corriamos para a sala, e os pacots estavam bem no meio dela.

Todos ganhavamos um pacote.

Nossas bonecas brilhavam, o trenzinho apitava, e íamos comer alegres e felizes...

Feliz Natal.

No dia seguinte, acordavamos abraçados com nossos brinquedos.Almoçavamos a macarronada,feita com tanto amor.O pernil tostadinho,e muitas gulodices.Não faltava o panetone...

Que delícia!Obrigada a todos...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Oi pessoal, nasci,cresci e vivi muito tempo no Brás.
O Brás se dividia em 4 partes:A caminho do centro, era a Av.Rangel Pestana, até a ladeira do Carmo.Ali ainda existe o Parque D.Pedro,onde íamos passear as domingos.Próximo da Igreja do Brás, onde moravam os imigrantes na Rua Piratininga,Caetano Pinto,Campos Sales,Prof.Baptista,Martin Buchard etc...
Atrás da Igreja, vinha a Rua do Gasometro, Rua do Lucas,Sampaio Moreira,Monsenhor Andrade.
Depois das porteiras do Bras,vinha a continuação da Rangel Pestana, Largo da Concórdia,Gomes Cardim e emendava com a Celso Garcia.
Até hoje é assim, só que o progresso desuniu os moradores desses lugares.
Com a chegada do metrô,mudaram-se para bairros como Bela Vista,Tatuapé, Mooca.
Vária estórias virão por aí...
Baccios
Yvete

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Te Amo Vó, o Primeiro Post foi meu ^^